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Um estudo financiado pelo governo britânico e divulgado esta terça-feira, 28 de Junho, revela que as empresas têm consciência dos efeitos nefastos da corrupção no crescimento empresarial.
O referido estudo detalha experiências e percepções sobre a corrupção das empresas moçambicanas, cujos responsáveis mostraram-se mais preocupados com a existência deste fenómeno na obtenção de contratos e nos processos burocráticos, tais como licenças, inspecções, terra e alfândegas.
De acordo com a alta-comissária britânica para Moçambique, Joanna Kuenssberg, o objectivo do estudo era fazer um levantamento dos desafios da vida real das empresas moçambicanas e entender as suas percepções sobre a corrupção.
“O governo britânico irá usar os resultados da pesquisa para identificar modelos de combate à corrupção que se mostrem relevantes para o sector privado”, avançou Joanna Kuenssberg quando explicava as fases seguintes do estudo.
Por seu turno, David Seie, director executivo do Instituto de Directores de Moçambique (IoDmz), referiu que o estudo abrangeu um total de 35 empresas, sendo que para além de empresas, associações profissionais e empresariais foram ouvidas algumas instituições públicas.
“O estudo foi abrangente e esperamos que as acções a serem concebidas com vista a combater o fenómeno da corrupção sejam replicadas por tudo o País”, afirmou o director executivo do IoDmz.
O estudo mostra que muitas empresas, especialmente as pequenas e médias, vêem a corrupção como um meio de sobrevivência num ambiente regulador “pesado”, onde o cumprimento é difícil.
Tal preocupação deriva do facto de a prática de corrupção estar a tornar-se mais aceitável em todas as áreas da sociedade. Por isso, os entrevistados acreditam que a falta de estigma social e um sentimento generalizado de impunidade contribuem para este ambiente permissivo.
No que diz respeito aos incentivos existentes para uma prática empresarial responsável, a razão mais citada foi a observância rigorosa dos regulamentos internacionais por parte de muitas empresas estrangeiras.
Outros factores que levam as empresas a uma governação empresarial responsável são a necessidade de acesso ao financiamento, bem como a perspectiva de fazer negócios com grandes empresas bem geridas.
David Jorge Seie Director Executivo do Instituto de Directores de Moçambique
Joanna Kuenssberg Alta Comissária do Reino Unido
Participantes no Workshop sobre Corrupção em Moçambique