A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) considera que os graduados dos centros, institutos e escolas de formação profissional ainda estão longe de satisfazer as necessidades do mercado, tanto em quantidade como em qualidade.
Esta situação deriva, em parte, do reduzido número de profissionais de educação no País, o que constitui um grande entrave na formação de quadros técnicos de que o mercado necessita.
Segundo Rui Monteiro, vice-presidente da CTA, “o sector produtivo precisa de profissionais com habilidades e competências e que contribuam com o seu saber fazer nos negócios”.
Ainda de acordo com Rui Monteiro, só com este tipo de profissionais é que o País poderá tirar vantagens do potencial existente em diversas áreas, tais como a agro-pecuária, mineração, agricultura, agro-processamento, entre outras.
O vice-presidente da CTA falava esta quarta-feira, 16 de Março, na cidade de Maputo, na abertura da reunião entre o sector empresarial e o Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-Profissional.
Na ocasião, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-Profissional, Jorge Nhambiu, referiu que o encontro, que acontece no âmbito da implementação da reforma de educação profissional, deve concorrer para a redução do fosso existente entre as oportunidades de emprego que se abrem com o aumento dos níveis de investimento no País e os níveis de oferta de mão-de-obra técnica e profissionalmente qualificada.
Para tal, “estamos a desenvolver e a implementar um novo modelo de educação e formação que responde à dinâmica do sector produtivo e que permite a aquisição, por parte dos beneficiários, de conhecimentos e competências técnico-profissionais que possibilitem o aumento da sua empregabilidade, incluindo a criação do auto-emprego e o aumento da produção e produtividade”, disse Jorge Nhambiu.
Ainda com vista a alcançar este desiderato, a Assembleia da República procedeu, recentemente, à revisão da Lei da Educação Profissional, um instrumento que introduz a Autoridade Nacional da Educação Profissional (ANEP).
A ANEP, conforme explicou Jorge Nhambiu, será o órgão regulador da educação profissional, cuja administração irá integrar o Governo, os empregadores, os sindicatos e a sociedade civil em todos os processos de tomada de decisão inerentes à gestão e financiamento da educação profissional em Moçambique.
Outra inovação trazida por esta lei é a criação do Fundo Nacional da Educação Profissional, que é um novo mecanismo de financiamento da educação profissional, o qual, para além do Estado, contará com a contribuição financeira do sector empresarial, através de uma taxa de até 1%, calculada com base na folha de salários das empresas.
Jorge Nhambiu Ministro da Ciência e Tecnologia Ensino Superior e Técnico Profissional
Rui Monteiro Vice Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique
Participantes da Reunião com o Sector Empresarial sobre a Implementação da Reforma da Educação Profissional