A Federação Moçambicana dos Empreiteiros (FME) aponta a fraca capacidade financeira e técnica como uma das fragilidades das empresas nacionais que actuam na área da construção, o que faz com que o País continue a depender da importação de serviços neste sector.
De acordo com Agostinho Vuma, Presidente da FME, que falava esta quarta-feira, 6 de Maio, na abertura do Fórum de Negócios Turquia-Moçambique virado para a área da construção, “só em 2014, dos 82.41 mil milhões de meticais arrecadados por este sector 24.65 mil milhões correspondem aos serviços contratados no exterior”.
“Sendo assim, o crescimento sectorial da construção, considerando as empresas nacionais, que na sua maioria são pequenas e médias, situa-se nos 10.6%. Ou seja, o crescimento deste sector é determinado pela importação de serviços”, referiu Agostinho Vuma.
Enquanto não tiverem capacidade financeira, o Presidente da FME considera que os empreiteiros nacionais devem apostar nas associações empresariais, através de parcerias, consórcios, subcontrações, etc, para minimizar este problema.
Por seu turno, Aylin Tashan, embaixadora da Turquia, explicou que o sector da construção constitui uma das áreas de interesse no âmbito da cooperação com Moçambique, daí a realização deste fórum.
“Pretendemos que as empresas turcas e moçambicanas que operam no sector da construção cooperem. A Turquia tem muita experiência nesta área e achamos que Moçambique pode tirar proveito disso. Este encontro constitui uma excelente oportunidade para partilharem experiências, firmar parcerias, etc”, afirma Aylin Tashan.
O recurso a parcerias com empresários estrangeiros é apontado também pelo Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Rogério Manuel, como saída, a par do investimento privado, que desempenha um papel crucial no desenvolvimento da economia nacional.
“A importância deste sector é evidenciada não só pelo seu ritmo de crescimento, mas também pelo seu contributo para o desenvolvimento de infraestruturas económicas e sociais, o que nos obriga a reforçar a capacidade das empresas de construção e de produção dos materiais necessários para melhorar a resposta à grande procura”, disse Rogério Manuel.
Ainda sobre o desenvolvimento socioeconómico do País, Rogério Manuel considera que o mesmo pode ser alcançado “se o empresariado nacional, no geral, apostar também nas Tecnologias de Informação e Comunicação, pois estas tornam as empresas mais eficientes, ao propiciar a racionalização dos meios pelos quais administra os seus recursos e próprio processo de provimento de serviços à população”, disse o Presidente da CTA, que também participou na cerimónia de abertura da segunda edição da MozTech.
Participantes no Fórum de Negócios para o Sector da Construção
Aylin Tashan – Embaixadora da Turquia em Moçambique
Agostinho Vuma – Presidente da Federação Moçambicana de Empreteiros
Rogério Manuel – Presidente da CTA