A Electricidade de Moçambique, E.P. (EDM), tem vindo a registar cortes frequentes no fornecimento de energia eléctrica, fenómeno derivado da acumulação de poeiras e outros agentes poluentes que se alojam nos isoladores que, quando entram em contacto com a humidade causada pelo intenso nevoeiro que se faz sentir nos últimos dias, provocam faíscas, danificando o equipamento e, em alguns casos, chegam mesmo a explodir.
O responsável pelas operações da Divisão de Transporte Sul, Celso Saete, explicou que o problema é derivado do facto de as características das zonas onde as subestações foram instaladas terem mudado significativamente, desde os anos 90 até aos dias de hoje.
Celso Saete explicou ainda que “as subestações foram construídas em zonas que, na altura, eram de poluição moderada, onde havia muita vegetação e poucos habitantes. E os equipamentos foram dimensionados, tendo em conta estas características, que foram mudando ao longo do tempo. Hoje, as zonas estão densamente povoadas e a vegetação desapareceu”.
“Os níveis de poluição estão acima do normal, razão pela qual estamos a assistir a este cenário hoje. Por exemplo, por causa da construção da Estrada Circular e de outras obras, passam por aqui camiões de grande tonelagem e que levantam muita poeira”, acrescentou o responsável pelas Operações da Divisão de Transporte Sul da EDM.
A solução deste problema passa pela reabilitação total das duas subestações, nomeadamente a do Infulene e da Matola, segundo realçou Celso Saete.
Para a mitigação dos problemas, a EDM já encomendou novos equipamentos, entre os quais isoladores mais modernos, para substituírem os actualmente existentes na Subestação do Infulene já com mais de 30 anos de existência.
O custo dos novos equipamentos está avaliado em cerca de 15 milhões de meticais.
Enquanto se aguarda pela chegada do novo equipamento, previsto para os próximos seis meses, a EDM tem estado a fazer intervenções nas partes mais críticas das subestações de Infulene e da Matola.
Porém, a solução do problema passa pela reabilitação dos dois empreendimentos, cujos custos estão avaliados em 20 milhões de dólares, estando, neste momento, a Electricidade de Moçambique a mobilizar financiamentos para este efeito.
Subestação da Matola 275
Celso Saete – responsável pelas Operações da Divisão de Transporte Sul da EDM
Faísca saindo do isolador
Isolador