Um estudo apresentado, recentemente, pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) revelou que a corrupção no seio dos agentes da Polícia da República de Moçambique é responsável por perdas na ordem de 41 milhões de meticais que se registaram no sector do turismo.
O estudo, apresentado no seminário sob tema “Turismo em Moçambique face ao Crescimento dos Recursos Naturais: Potencial Impacto Macroeconómico”, mostra o actual estágio do sector do turismo e quantifica o impacto dos constrangimentos com que se debatem os operadores.
“No ano passado, assistiu-se a um crescimento do índice de corrupção nas estradas, quantificado pelo número de queixas apresentadas às autoridades policiais ou pelos comentários feitos pelos turistas”, refere o estudo.
Para além da corrupção dos agentes da PRM responsáveis pela fiscalização nas estradas, o estudo aponta também como constrangimento o mau funcionamento das companhias aéreas que operam no País.
Neste ponto, faz-se menção à falta do cumprimento dos horários e irregularidade dos voos, reduzido número de rotas turísticas, entre outros problemas que prejudicam a disponibilidade de lugares e de rotas, o que reduz a rentabilidade das empresas do sector.
A baixa produtividade dos trabalhadores do sector de turismo em Moçambique se comparada com a média mundial e dos países da região constitui também um obstáculo ao crescimento desta área.
Com este estudo, elaborado em parceria com o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Económico e Empresarial (SPEED), um projecto financiado pela USAID – agência do governo dos Estados Unidos, a CTA espera, junto do Governo moçambicano e parceiros, poder desenhar políticas que ajudem a mitigar os efeitos negativos destes problemas e melhorar o ambiente de negócios e impulsionar a viabilidade do sector.
Entretanto, a CTA manteve, também, um encontro com o candidato do partido Frelimo à Presidência da República, Filipe Nyusi, durante o qual este auscultou o sector privado sobre o Mecanismo de Diálogo Público-Privado.
No encontro, o presidente da CTA, Rogério Manuel, referiu que, para acelerar o passo das reformas e gerar impactos socioeconómicos significativos, “pretendemos que o candidato, caso seja eleito, crie na Presidência da República uma unidade para liderar o processo de reformas, assegure recursos técnicos e financeiros para financiar o processo de reformas (estudos, produção da legislação e a sua implementação) e crie um sistema de monitoria e avaliação que meça os resultados, identifique os desafios e introduza correcções”.
Por seu turno, Filipe Nyusi prometeu criar condições para que haja no País um sector privado capitalizado, capacitado e que tenha acesso às oportunidades e aos mercados.
Filipe Nyusi – candidato a Presidencia da Republica intervindo no encontro com empresarios nacionais
Rogerio Manuel Presidente da CTA
Mesa que presidiu o Seminario sob tema Turismo em Mocambique face ao crescimento dos recursos naturais
Participantes no Seminario sob tema Turismo em Mocambique face ao crescimento dos recursos naturais