“Matlavi”, que em ronga significa nuvens, é a mais recente obra literária do escritor Mussumbuluku Nhuvu, pseudónimo do académico e actual reitor da Universidade Politécnica, Narciso Matos. O acto de lançamento teve lugar quinta-feira, 29 de Maio, na cidade de Maputo.

A obra foi escrita no período compreendido entre as eleições autárquicas de 2023 e as gerais de 2024. Estas últimas resultaram na maior crise pós-eleitoral já registada no País, com centenas de mortos e feridos, assim como inúmeros estabelecimentos públicos e privados destruídos.

Através do livro, composto por 69 páginas e 22 capítulos, Narciso Matos procura compreender a doença que aflige a sociedade moçambicana, mergulhar profunda e desapaixonadamente nas suas causas, procurar a génese e, acima de tudo, pensar em possíveis caminhos futuros.

Conforme explicou o autor, a obra visa, essencialmente, identificar o que está errado, aprender dos erros do passado e reflectir sobre o futuro, buscando caminhos para a paz, a inclusão e a harmonia.

“Neste livro, procuro caminhos para uma verdadeira paz e para a construção de um presente de inclusão e de harmonia. Em Matlavi, procuro dizer que nós, os moçambicanos, somos capazes de violências inimagináveis, mas, ao mesmo tempo, somos capazes de perdoar, de esquecer e de viver juntos”, afirmou o autor.

A obra foi apresentada pelo Bispo emérito dos Libombos, Dom Dinis Sengulane, que a descreveu como profética e patriótica, destacando o desejo de um futuro melhor para Moçambique e o amor do autor pela sua pátria.

“O livro Matlavi é um convite urgente à coragem e à honestidade, questionando se Moçambique alcançará a paz, a inclusão e a justiça. Estamos consigo na busca pela resposta à pergunta com que terminas esta obra, que é um tesouro imensurável”, considerou o clérigo.

Importa salientar que Musumbuluku Nhuvu estreou-se nas lides literárias em 2023, com a obra “Ndangu Wa Txindi na Musumbuluku” (O Lar de Txindi e Musumbuluku, em português). É, também, autor de “Mishu 1952 – 1975”, lançada em 2024.