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Director Executivo da MPDC: Revitalização da cabotagem marítima vai trazer impacto positivo para a economia nacional

Osório Lucas Director Executivo da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo

O Ministério dos Transportes e Comunicações, em colaboração com as Alfândegas de Moçambique e as concessionárias dos portos de Maputo, Beira, Nacala e Quelimane, está a implementar reformas estruturais e institucionais para a revitalização da cabotagem marítima, que vai trazer imensas vantagens económicas e sociais ao País.
Neste âmbito, estão a ser finalizados os acertos das questões operativas, bem como a avaliação sobre a bandeira que o navio deve hastear, durante o período de exercício dos serviços de cabotagem nas águas territoriais moçambicanas.
Porém, o avanço significativo e digno de registo foi a conclusão de uma das etapas institucionais – a recente assinatura dos Memorandos de Entendimento entre o Governo e quatro concessionárias portuárias dos referidos portos.
A materialização destes acordos vai garantir, fundamentalmente, que os operadores portuários concedam benefícios aos armadores e aos consumidores, através da concessão de um tarifário especial mais reduzido.
Abordado, durante a recente visita do Primeiro Ministro da República Federal e Democrática da Etiópia, Hailemariam Desalegn, ao Porto de Maputo, onde se inteirou do modelo de gestão, implementado pelo Governo moçambicano, naquela infraestrutura pública, o director executivo da MPDC-Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo, Osório Lucas referiu que as concessionárias estão, profundamente, solidárias com a estratégia desenvolvida pelo Governo e, por isso decidiram conceder alguns benefícios (reduzindo parte dos seus ganhos), na perspectiva de motivar e garantir a sustentabilidade dos serviços de cabotagem marítima.
“Isso quer dizer, que o Governo como autoridade concedente nessas concessões, em comum acordo com as concessionárias e sem ter que dar nada em troca, recuperou alguns ganhos importantíssimos para poder reinstituir a cabotagem. Ou seja, os navios de cabotagem que escalarem os Portos de Maputo, Beira, Nacala e Quelimane vão beneficiar de redução de taxas e outros privilégios previstos nesses memorandos ora assinados”, explicou Osório Lucas.
Garantiu que “nós, como operadores portuários, temos exclusivamente como contrapartidas o nosso dever de prestar um serviço público, pelo que não houve da parte dos operadores portuários qualquer espécie de contrapartida, que resultasse dos memorandos celebrados com o Governo, que não seja o seu dever de prestar um serviço público”.
A expectativa, conforme sublinhou, é que ao concederem tarifas reduzidas consigam atrair mais linhas de navegação a fazer cabotagem, criar mais emprego e ajudar a dinamizar a economia local: “Não há qualquer tipo de ganho de natureza financeira ou infraestrutural”, frisou.
Num outro desenvolvimento, o director executivo da MPDC disse ter o sentimento de que ainda não se está a fazer o uso devido da infraestrutura marítima – o mar, ao dispor da nação – daí que por iniciativa do Governo as concessionárias aderiram ao projecto e assumiram o compromisso de oferecer um tarifário especial e uma qualidade de serviço melhorada para os navios de cabotagem.
“Isso vai trazer um enorme impacto positivo para a economia nacional, porque a partir da altura em que parte da carga for transportada via marítima, haverá menor pressão sobre as infraestruturas rodoviárias e os custos de manutenção das estradas poderão consequentemente reduzir”, explicou, realçando que quando o custo da logística de transporte reduzir, o preço dos produtos ao consumidor final também vai reduzir.
Ressalvou que esta iniciativa não retira oportunidades de negócio aos transportadores rodoviários, porque a carga é transportada de um porto para o outro: “Depois alguém tem que transportá-la do porto ao armazém/mercado, daí que é possível congregar interesses das infraestruturas marítimas com os das infraestruturas rodoviárias (transporte multimodal)”, concluiu.

 

Osório Lucas Director Executivo da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo

Osório Lucas Director, Executivo da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo